• Categoria: Cantinho da Poesia
  • 07 março 2015

    Tire o pó… se precisar…

    Não deixe suas panelas brilharem mais do que você!!!!
    Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério!

    Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela!
    Uma casa só vai virar um lar quando você for capaz de escrever “Eu te amo” sobre os móveis!

    07 fevereiro 2015

    Receita de Mulher - Vinicius de Moraes



    As muito feias que me perdoem
    Mas beleza é fundamental. É preciso
    Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
    Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
    Em tudo isso (ou então
    Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
    Não há meio-termo possível. É preciso
    Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
    Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
    Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.

    21 dezembro 2014

    Amor que consome

    O amor somos nós... 
    A discórdia, reviravolta e incoerência também. 
    Vivemos o relacionamento inexplicável. 
    Quando você vai embora, diz que não volta e chora. 
    Não importa. 
    No final você volta, ou eu te encontro. 
    Os dias costumam ser mais frios sem a tua presença. 
    A noite não é a mesma pra você sem mim, 
    porque ambos sabemos que em meio ao sono, 
    você procura o meu cabelo e um abraço apertado. 
    E se não encontra, o vazio te preenche e a felicidade se vai. 
    Dizem por aí que não nascemos pra dar certo, 
    mas estamos sobrevivendo juntos. 
    Uma vez ouvi dizer que amar é cuidado e proteção, carinho e confiança.
    É ter paz na alma e fé na vida. 
    E talvez seja verdade que somos opostos, desconexos e sem sentido. 
    Mas acima de tudo, a gente se cuida, se protege e se confia. 
    Estamos em constante conflito com a paz, porém, de mãos dadas com a vida. 
    Sem dúvidas, falta o destino a nosso favor. 
    Mas amor? O amor nos consome.

    Autor desconhecido.
    Leia mais: Mensagens com amor

    18 fevereiro 2014

    Presente que não se devolve

    Ela chegou na hora certa
    E nem era natal ou meu aniversário
    Não pedi à ninguém...
    E ela chegou totalmente brilhante
    Totalmente linda... Cativante.
    Ajudou-me juntar os estilhaços do meu coração
    Na sabedoria da sua experiência
    Na delicadeza das suas mãos e na força do seu olhar
    Ela me ensinou a vida, abraçou-me forte e me impulsionou.
    Cada vez mais pra frente
    Ela acredita em mim... E me faz acreditar também
    Que eu posso. Que eu sei. Que eu sou
    Ela é meu presente... Minha amiga
    E juntas somos quem quisermos
    Meninas, mulheres, heroínas...
    Ela merece toda admiração
    Ela sabe tudo de lágrimas, dores e sorrisos
    Ela é mulher e sonha
    Ela é mãe e protege... Ela é humana, chora e ri
    E faz tudo ao mesmo tempo
    Porque é única... Graciosa... Libélula.


    Com carinho Daniela Lima
    Para minha amiga e mãezinha Mari Stacul

    18 janeiro 2014

    Apresentando meu poeta particular - Levi Beltrão

    A partir de hoje vou postar poesias de um amigo que eu gosto muito, dele e de suas poesias, seu nome é Levi Beltrão. 

    Sobre o Levi:
    Nascido em Santarém (PA) - Brasil, em 08 de julho de 1976. É formado em Economia. Nas artes também já atuou no Teatro como ator durante 10 anos, participando de peças teatrais tendo dentre elas "As Bondosas Mulheres Choradeiras", escreve poemas, faz pesquisas musicais, também teve trabalhos como artista plástico expostos em julho de 2005 na Galeria SESC PA em Santarém (PA). Em Outubro de 2011 lançou seu primeiro livro "Caminho de Pedras e Rosas: Poemas, Contos e Crônicas", seu segundo livro que ainda está a caminho chama-se "Preto no Branco - Verso e Prosa", que pretende lançar entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014.

    Assim como eu, o Levi divulga suas criações no Web Artigos, visitem e deleitem-se nas suas poesias lindas!!!
    Autor: Levi Beltrão

    Olhem que lindo:


    Coisa
    Se há um vazio humano
    Se há um desejo profano
    Se há um sentimento profundo
    Há uma saudade morando.
    Se ela existe é porque houve uma paixão ou amor, sei lá...
    Essas coisas são tão difíceis de separar...
    Se houve um adeus é porque um dia tudo acabou
    E se uma falta se sentiu é porque a alma gostou.
    Amar não é um erro e nem escolha...
    Amar é uma coisa,
    Uma coisa...

    03 novembro 2013

    Soneto do Amor Total

    Amo-te tanto, meu amor ... não cante
    O humano coração com mais verdade ...
    Amo-te como amigo e como amante
    Numa sempre diversa realidade.

    Amo-te afim, de um calmo amor prestante
    E te amo além, presente na saudade.
    Amo-te, enfim, com grande liberdade
    Dentro da eternidade e a cada instante.

    Amo-te como um bicho, simplesmente
    De um amor sem mistério e sem virtude
    Com um desejo maciço e permanente.

    E de te amar assim, muito e amiúde
    É que um dia em teu corpo de repente
    Hei de morrer de amar mais do que pude.
    Vinicius de Moraes

    24 outubro 2013

    A vida no campo


    Domingo despertei cedo pra viver.


    Os pássaros me acordaram
    Para ver o amanhecer,
    Que eles prepararam.
    Admirada com uma borboleta,
    Peguei logo a caneta
    E comecei a escrever,
    Sem saber direito o quê.
    Eu procuro um sentido,
    A mocinha quer um marido
    A vizinha na janela,
    Uma missa na capela
    Cavalos soltos na pastagem;
    Deito na rede, admiro a paisagem
    Depois um banho na cachoeira;
     Á noite a festa ao redor da fogueira
    Ouvindo moda de viola, os meninos jogando bola
    Estrelas no véu da madrugada,
    Os galos anunciando a alvorada
    E na minha cama ao deitar, fecho os olhos pra orar
    E minha terra abençoar, pro alimento nunca faltar.
    O sol já vem raiando, essa é a vida no campo
    Levanto me espreguiçando, pra começar mais um dia
    Leite e frutas têm na mesa, é tanta alegria
    No meio dessa beleza, que falo de verdade

    Aqui encontro a felicidade.

    21 outubro 2013

    Intimidade

    Os dois na cama.
     — Bem...
     — Mmm?
     — Posso te fazer uma pergunta? 
     — Se você pode me fazer uma pergunta? 40 anos de casados e você precisa de permissão para me fazer uma pergunta?
     — É uma coisa que me intriga há 40 anos... 
     — O que?
     — A sua calcinha pendurada no box do chuveiro... 
     — Sim?
     — Está ali para secar ou para molhar mais? 
     — Como é?!
     — A sua calcinha pendurada no... 
     — Eu ouvi a pergunta. Só não estou acreditando. Há 40 anos você vive com essa dúvida? O que a calcinha dela está fazendo no box do banheiro?
     — É. Ela foi lavada e está secando, ou está ali para receber mais água? 
     — E por que você levou 40 anos para me fazer essa pergunta? 
     — Sei lá. Eu... 
     — Você achou que nós não tínhamos intimidade o bastante para tratar do assunto, é isto?. Que eram necessários 40 anos de vida em comum para podermos discutir a minha calcinha pendurada no box sem constrangimentos. É isto? Você sabe tudo ao meu respeito. Sabe toda a minha vida, conhece cada estria e sinal do meu corpo, sabe do que eu gosto e não gosto, em quem eu voto, sabe as minhas manias e os meus ruídos, mas estava faltando este detalhe. Este ponto cego no nosso relacionamento. O que a minha calcinha faz pendurada no box do banheiro. 
     — Não, eu queria perguntar há tempo, mas... 
     — Já sei. Você achou que fosse uma coisa só de mulher, que homem jamais entenderia. As calcinhas penduradas no chuveiro seriam uma espécie de demarcação de território, um ritual de congregação tribal. Um mistério que une todas as mulheres do mundo e um terreno em que homem só entra com o risco de enlouquecer. Por isso demorou tanto para fazer a pergunta. 
     — Nada disso. Eu só... 
     — Francamente. 
     Ele já estava quase dormindo quando se deu conta. 
    Ela não respondera a pergunta.

    Luis Fernando Veríssimo

    RETRATO SOLIDÃO INDELÉVEL - Crônica



    A pele pálida revelava uma angústia que retumbava seu peito frágil. Sucessão de derrotas que desenhavam uma linha escura sob seus olhos. O mundo que não girava. A alma que não saltitava. O tiro que sempre lhe rompia as têmporas.

    Estendida sobre o chão gélido, amalgamou-se. Afogou-se em mais um garrafa. Uísque barato. Lutas contra sua própria imagem, seu desconforto desalinhado em céus cinzas e soturnos. Um tombar surdo e seco no piso do banheiro. Acordar horas depois sem saber por que era, por onde estava.
    Certa madrugada, na sacada do apartamento, o vento gélido lhe cortando a alma despedaçada, conheceu um universo paralelo. O som da TV ligada. Risadas e música desconexa no aparelho. Virou-se. Atônita, deparou-se consigo mesma, sentada no sofá, uma expressão alegre de uma moça com a jovialidade lhe brotando à pele. Ela mesma, mas outra ela. Uma ela diferente, com outra vida, como se tivesse tomado decisões menos desacertadas. Como se tivesse redecorado poemas e poesias com vicissitudes mais brandas do que suas escolhas funestas.
    Aproximou-se de sua projeção, realidade paralela. Notava-se. Notou-se. A outra ela, sentada tranquilamente no sofá, pés esticados. Um olhar despreocupado. Um ocupado senso de prazer.
    Mas a outra ela não a via. Ignorava-a. Era apenas ela e a TV. E um sorriso insistente, sincero, que não ousava desaparecer.
    - Pode me ouvir? – Quase um sussurro, vida falaz já no fim, pergunta à ela paralela.
    Sem respostas.
    Contemplou redor e derredor. A casa toda redecorada. Luzes acesas. O olhar jovial. A expressão sorridente. Tudo novo e ela, uma espectadora cansada de cansaços. A personagem inacabada de textos reflexivos.
    Sentou-se no chão e ficou admirando-se. Admirada, a jovem cuidadosamente esparramada em um sofá, exibindo uma satisfação com que sonhara toda a vida. Queria aprender, saber o que ela fez para conquistar aquele sorriso.
    Estava cansada de estar cansada. E precisava voltar a aprender a sorrir.
    Deitou-se no chão frio, e esperou.
    Esperando…
    Enquanto isso, na sacada, o vento gélido procurava outra alma despedaçada para poder saciar sua sede de vitimar.

    19 outubro 2013

    Beleza

    A beleza das coisas te devasta
     como o sol que fascina mas te cega. 
     Delas contundo a luminosa entrega
     nunca se dá, melhor, nunca te basta. 

     E a imensa paz que para além te arrasta 
     quanto mais se te esquiva ou te renega...
     Paz tão do alto e paz dessa macega 
     que nos campos esplende à luz mais casta. 

     A beleza te fere e todavia 
     afaga, uma emoção (sempre a primeira e nunca 
     repetida) que conduz 

     o teu deslumbramento para um dia 
     à noite misturado, na clareira 
    em que te sentes noite em plena luz.

    Menotti Del Picchia

    15 outubro 2013

    Assim eu vejo a vida

    A vida tem duas faces:
    Positiva e negativa 
    O passado foi duro mas deixou o seu legado 
    Saber viver é a grande sabedoria 
    Que eu possa dignificar 
    Minha condição de mulher, 
    Aceitar suas limitações 
    E me fazer pedra de segurança dos 
    valores que vão desmoronando. 
    Nasci em tempos rudes 
    Aceitei contradições lutas e perdas 
    como lições de vida e delas me sirvo 
    Aprendi a viver.

    10 outubro 2013

    Casamento


    Existem certas pessoas carentes de entendimento
    Que acham que não foi Deus que criou o casamento
    A princípio lhes parece que não foi conveniente
    Unir dois seres avessos, de fato bem diferentes
    Mas nós que somos cristãos e temos boa memória
    Conhecemos muito bem como surgiu essa história
    Adão andava ocupado trabalhando com capricho
    Se esforçando o dia inteiro pensando em nome de bicho
    Era tigre, porco, tatu, macaco, alce, leão
    Adão andava inspirado e foi mesmo abençoado com tanta imaginação
    E é possível que o sujeito também tenha reparado
    Que todo animal macho tinha uma fêmea do lado
    E o Senhor demais atento sondando-lhe o coração
    Sentiu que era preciso dar um fim à solidão e disse:
    “Adão, filho querido, não quero te ver tão só. Far-lhe-ei uma companheira,
    uma jóia de primeira, da costela e não do pó”

    E pondo Deus em ação aquilo que pretendia
    Nocauteou o nosso Adão dando início à cirurgia
    E Deus cerrou-lhe a costela pondo carne no lugar
    E assim fez a princesa esperando ele acordar
    Quando o varão despertou daquele sono pesado
    O corte da cirurgia já tinha cicatrizado
    Então Deus trouxe a varoa e entregando-a a Adão
    Ouviu um brado de glória e a seguinte exclamação
    “Ela é carne da minha carne, ela é osso do meu osso”
    E Adão foi prá galera e fez aquele alvoroço

    A partir daquele dia o homem bem mais ocupado
    Deixou para trás muito bicho sem nome catalogado
    E até hoje rola um papo machista e bem corriqueiro
    Que o homem é mais importante porque foi feito primeiro

    Algumas mulheres se irritam e afirmam de arma em punho
    Que a vida da obra prima vem sempre após o rascunho
    Mas há também homens que falem e há quem acredite
    Que Deus fez Adão primeiro para Eva não dar palpite

    Mas isso é irrelevante para o sucesso da vida a dois
    Para ser feliz não importa quem veio antes ou depois
    Porque Deus fez tudo perfeito e discorde quem quiser
    Mas o melhor da mulher é o homem e o melhor do homem a mulher

    Sidney Moraes

    23 setembro 2013

    Não sou feita de duas metades.
    Não entendo meias verdades.
    Quem sabe sou fragmentos?
    Porque só me entrego por inteiro, querendo ser livre,
    não vivo em cativeiro, nem permito invasão em todos os momentos
    Não aceito migalhas, não me conformo com pouco.
    Vivo um amor quieto ou insano e louco.
    Quem acha que me conhece não me entende.
    Assim sou. 
    Inteira, frágil e atrevida.
    E por mais confusa que seja esta minha vida, me conheço, me desconheço.
    Amo ser o que surpreende!

    10 setembro 2013

    O fruto

    Eis que a terra estéril se tornou fecunda,
    E a semente boa caiu em solo bom
    E a fenda escura e vazia tornou-se um lar
    Encheu-se de luz e vida, encheu-se de esperança.
    Agora é habitada pela mais bela criatura
    Agora enfeita um corpo que não tinha mais graça
    Hoje traz paz, traz perspectiva de um futuro melhor.
    Hoje desperta sorrisos no rosto de uma mulher
    Que até ontem era uma menina impetuosa,
    Que era um passarinho que voava sem destino
    E que hoje de volta ao seu ninho
    Espera sua cria vir ao mundo.
    Essa mulher se pergunta e procura entender
    Como amar tanto alguém que nunca se viu?
    Ela conta os dias pra ver essa criança chegar
    E olhar em seus olhinhos e sentir seu cheiro
    E amar cada dia mais esse pequeno ser
    Que é o fruto de um amor que de tão grande
    Ressurgiu em outra vida.


    Para o meu bebê João Arthur, em Cinco de maio de 2013.

    29 agosto 2013

    Eu e você... o rio e o mar... um só


    Juntos, somos apenas um...
    Iguais em nossas diferenças
    Duas pessoas que se completam
    E se ajustam se consertam
    Amar você é fácil
    Imprescindível, totalmente necessário.
    Amazonas e tapajós
    Rio negro e Solimões
    Chame do que quiser
    Eu chamo de amor, de entrega
    De doação
    Nosso encontro é perfeito
    Sem excessos ou censuras
    Incrível, enigmático... Perfeito.
    Quando você vai, leva o melhor de mim.
    Deixa o melhor de si
    Mas você não foi
    Continua aqui, continua em mim.
    Loucura, insensatez, delírio, embriaguez.
    É você quem me faz ser o que sou
    Como o rio desagua no mar
    Sempre vou me abandonar, sem medo, nos teus braços.
    É bom te pertencer...
    E viver esse amor sublime.

    Daniela Lima

    16 abril 2013

    Flores, sorrisos, sonhos... amores, desamores e dissabores


    Você foi uma mentira absurda e verdadeira
    Chegou com um mistério no olhar
    Convidou-me a decifrar-te
    Trouxe flores, despertou meu coração
    Deu-me vida e a viveu comigo
    Ficou aqui o tempo suficiente
    Para me ensinar sobre felicidade
    Gargalhadas pela noite a fora
    Era como se o mundo tivesse sido feito
    Na medida certa pra nós dois
    Um dia você se foi...
    E eu não sei pra onde nem por que
    Onde estiver, saiba que ainda sinto seu cheiro
    Hoje são meus os seus medos e segredos
    E quando você voltar eles ainda estarão aqui te esperando
    Agora estou em duvida se você existiu, Ou se eu te inventei
    Queria ter certeza se você ainda vai voltar
    Pra cuidar do nosso amor,
    Não demore mais. Já passaram cinco minutos que você saiu daqui.

    Daniela Lima

    Madrugada, música e lágrimas


    Entrei no banho e senti a água escorrendo pelo meu corpo como que purificasse até a minha alma;
    Enquanto espalhava o hidratante pelo meu corpo, meus pensamentos vagavam não sei ao certo por onde;
    Escolhi a lingerie perfeita, o perfume mais agradável, a maquiagem mais bonita e a roupa mais confortável;
    Uma música muito romântica embalava meu momento... o momento era só meu...
    O celular tocou e você chegou e eu estava pronta... Pronta pra mim, pronta pra nós... Pronta pra você.
    Você chegou, me levou, me possuiu, me tomou... Naquele motel á meia-luz fora a noite mais quente, senti seu suor na minha pele, seus lábios me beijavam de jeito selvagem e não demorou muito para atingirmos o clímax da paixão juntos... Você estava satisfeito. Depois me trouxe e me deixou aqui sozinha na madrugada fria desse quarto estranho.
    Agora estou sozinha novamente, tomando uma bebida muito forte... Quero sentir na boca o sabor amargo dessa tua frieza, desse teu desprezo... Desse teu desprendimento.
    Não controlo algumas poucas lágrimas que ousam em rolar pela minha face triste... E essa maldita música só me lembra você...
    Vou sair novamente, agora vou sozinha andar pela cidade. Por que se eu ficar aqui vou acabar enlouquecendo.

    Daniela Lima

    28 janeiro 2013

    E da Janela

    E da janela ela olhava
    chovia
    e na janela, os pingos caiam, batiam levemente na vidraça, escorriam como lágrimas
    Somente um barulho, de chuva, o resto, silêncio reinava
    E da janela ela olhava,
     a rua deserta, mas algo ela esperava
    Da cadeirs, levantou-se , ajeitou-se, e com seu guarda chuva na mão abriu lentamente a porta e  depois o portão,
    carregando nos ombros tamanha saudade
    Andando pela calçada, seus sapatos ficando encharcados,
     mãos úmidas
    lábios secos,
    garganta fechada
    Lá foi ela, andando, vagarosamente na chuva, com a roupa já tão molhada
    E no porto ficou, não era longe de sua morada,
    e chovia, como chovia nesse pequeno percurso tão aguardado
    Uma tamanha espera se abateu, de anos, de sonhos guardados
    O navio então aportou, uma rampa desceu,
    um guarda chuva, igual ao seu, despontou
    Naquela chuva ela viu, era ela...  a pessoa tão esperada
    Num reboliço de guarda-chuvas, num enroscar e pedidos de desculpas
    eles, os guarda-chuvas, foram soprados,  deixados ao vento, deixados de lado
    E o que ficou foi um abraço apertado, um beijo molhado
    Nenhuma já se importava, não era somente a chuva que escorria pelos rostos cansados
    Os guarda-chuvas no chão, no chão já tanto molhado
    um encontro
    uma antiga paixão
    E na janela,
    os pingos escorriam,
    a chuva tudo molhava.

    Marcela Hebeler

    Acabou meu tempo



    Fiquei lá até o momento que eu aguentei, até o instante que tive estômago para suportar aquela situação ridícula e absurda. E às dezoito horas, em ponto, peguei minha bolsa e fui embora... Despedi-me friamente, chamei o táxi e segui rumo à liberdade, rumo ao meu destino de encontro a tudo que eu acredito e que me faz feliz. Naquele bar, no fim da tarde de sábado deixei mil promessas, deixei sorrisos fingidos, palavras falsas tentavam me iludir e jurei não voltar nunca mais.
    Pode ficar com sua cerveja estupidamente gelada, com aquela música perfeita, com aqueles garçons super agradáveis, com o clima maravilhoso. Que eu vou embora, tenho a vida inteira pra viver e não tenho mais como esperar.
    Essa cerveja vai esquentar, o som vai ser desligado, os garçons vão embora e no frio da madrugada você vai vagar sozinho pela cidade e nada vai chamar sua atenção porque nesse instante seus pensamentos vão buscar os meus e você vai lembrar-se de mim. E vai se arrepender e vai doer do jeito que está doendo aqui.
    Desci do táxi na frente da sua casa e fui caminhando até a minha, na esperança de que você me notasse e viesse me encontrar e me levar. Mas você não veio. Agora cheguei, encontrei minha casa vazia, olhei o relógio rosa na parede da sala e vi que tinha passado muito tempo.
    Acordei cedo e não te liguei pra saber se você dormiu bem. Porque acabou o amor. Começa uma nova vida em você.

    Daniela Lima

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