chovia
e na janela, os pingos caiam, batiam levemente na vidraça, escorriam como lágrimas
Somente um barulho, de chuva, o resto, silêncio reinava
E da janela ela olhava,
a rua deserta, mas algo ela esperava
carregando nos ombros tamanha saudade
Andando pela calçada, seus sapatos ficando encharcados,
mãos úmidas
lábios secos,
garganta fechada
Lá foi ela, andando, vagarosamente na chuva, com a roupa já tão molhada
E no porto ficou, não era longe de sua morada,
e chovia, como chovia nesse pequeno percurso tão aguardado
O navio então aportou, uma rampa desceu,
um guarda chuva, igual ao seu, despontou
Naquela chuva ela viu, era ela... a pessoa tão esperada
eles, os guarda-chuvas, foram soprados, deixados ao vento, deixados de lado
E o que ficou foi um abraço apertado, um beijo molhado
Nenhuma já se importava, não era somente a chuva que escorria pelos rostos cansados
Os guarda-chuvas no chão, no chão já tanto molhado
E na janela,
os pingos escorriam,
a chuva tudo molhava.
Marcela Hebeler
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